Depois de 2 anos de espera, saiu a 3ª Temporada da série Warrior, que agora está sendo produzido e exibido oficialmente pela HBO Max, depois que a Cinemax abriu mão dos direitos da série.
Confesso que eu comecei a assistir e fiquei meio confusa com algumas coisas na história. Tive que rever a série inteira para recapitular alguns detalhes, e foi bom! Parece que a série me prendeu muito mais do que na primeira vez que assisti.
É uma série que, apesar de ter muita luta, ela puxa um contexto histórico gigante da Chinatown de São Francisco na Califórnia, mas claro, tem muita ficção envolvida.
Mas vamos ao que interessa, 3ª Temporada! (Contém muitos spoilers!)
Achei uma ótima temporada, que me prendeu de verdade. Todos os personagens tiveram uma construção e um crescimento muito significativo.
Primeiro, o nosso personagem principal Ah Sahm (Andrew Koji) finalmente foi colocado à prova de qual lado ele está nessa guerra entre as Tongs. Além disso, é um personagem que cresce muito como lutador e isso acaba colocando ele como uma pessoa de destaque em Chinatown. Isso com certeza abala o ego do novo líder dos Hop Wei, o Young Jun, interpretado por Jason Tobin.
Young Jun passa por alguns momentos de crise nessa temporada, pois ele quer se mostrar líder depois que ele “tirou” seu pai do poder, se assim podemos dizer, mas ao mesmo tempo ele não se sente à altura de ser o sucessor do seu pai. Isso gerou também uma insegurança perante seu amigo e subordinado, Ah Sahm, que acaba tendo uma maior confiança e respeito de todos de Chinatown, ainda mais após o episódio da invasão irlandesa no bairro. Além disso, Young Jun passa a ter uma desconfiança principalmente depois de descobrir que Ah Sahm e Mai Ling (Dianne Doan), líder da Tong rival, são irmãos.
As coisas também não ficam fáceis para Mai Ling, que é uma mulher extremamente ambiciosa, e quer expandir os negócios da Tong Long Zii, mas o que ela consegue é só mais desconfiança por parte dos conselheiros dos Long Zii.
Uma grande supresa foi o Mark Dacascos no elenco de Warrior com o personagem Kong Pak. Um clássico ator de artes marciais tinha que estar no elenco dessa série. Ele integra a história como líder de uma Tong que se funde com os Long Zii, fazendo com que ele faça parte do conselho. E claro, ele entrega grande cenas de luta na série.
Além da entrada de Kong Pak, tivemos dois novos personagens muito relevantes para a história: o policial Benjamin Atwood (Neels Clasen) e o Douglas Strickland (Adam Rayner). O policial Atwood tem um papel importante no contexto da xenofobia com relação aos asiáticos, que vem muito forte nessa temporada, sem contar que ele vira uma grande pedra no sapato do Sargento Bill O’Hara (Kieran Bew). Já o Strickland se utiliza de seu grande poder para manipular políticos, Dan Leary (Dean S. Jagger) e também a Ah Toy (Olivia Cheng) e Nellie Davenport (Miranda Raison), que acaba movimentando muito a história.
E claro, não poderia deixar de comentar que a filha de Bruce Lee, Shannon Lee, além de produtora executiva da série, também fez uma participação especial no episódio 6. Foi uma breve participação, porém, foi até que relevante para o desfecho do episódio.
Achei interessante ver como a política acaba interferindo em interesses e também em ideais, como foi o caso do Dan Leary. Depois de ver que ele não consegue muita coisa na força, Leary acaba indo pelo caminho da política, mas até nesse caminho ele descobre o quanto é difícil atender os seus interesses sem ter que abrir mão de algumas coisas e até mesmo passar por cima do próprio ego. Isso fez com que muitos dos seus apoiadores o questionassem se ele estava realmente a favor de seu povo.
Um tema que ficou claro foi a fragilidade da força feminina nessa época. Isso foi mostrado com as personagens de Ah Toy, Nellie Davenport e Mai Ling que foram, de certa forma, prejudicadas e silenciadas por homens que foram atrás dos seus interesses e, claro, foram beneficiados pela justiça.
Falando das mulheres, e a Penny Blake (Joanna Vanderham)? Ela e sua irmã, Sophie Mercer (Céline Buckens), não aparecem nessa temporada deixando uma ponta solta na história. Porém são tantos acontecimentos que não imagino ainda algo que elas pudessem ser úteis nessa temporada.
Se fosse para resumir essa temporada em uma palavra seria: Acordo.
Querendo ou não, todos os personagens se sustentaram e sobreviveram, por assim dizer, dentro da trama por meio de acordos feitos durante a temporada. E chega a ser engraçado como todos os personagens tem o “rabo preso” com alguém.
E as cenas de luta? Continuam muito boas e muito bem coreografadas. Achei que nessa temporada as cenas de quebramentos, cortes com facas e mortes estão mais explicitas. Isso faz com que eu elogie ainda mais os efeitos especiais.
A série continua mantendo o seu nível com ótimas cenas de luta e também com um contexto histórico e político muito rico, fora a cenografia e figurino que deixam a série ainda melhor. Mas vai ter continuação? Até a publicação desse artigo não temos nenhuma confirmação, mas o fim da série deixa algumas pontas soltas principalmente com o destino de Ah Sahm e sua irmã, Mai Ling.
Assista o trailer: