Em outubro desse ano de 2020 caótico vai estrear, no canal Cinemax, a 2ª temporada de Warrior, uma série baseada nos escritos de Bruce Lee encontrados pela sua filha Shanon Lee.
A série mal estreou em 2019 e já foi renovada para uma segunda temporada, e eu vou te dizer o porquê ela mereceu ser renovada.
A série se passa em 1878, na Chinatown de São Francisco. Uma época de grande imigração chinesa nos EUA, uma vez que a mão de obra deles era mais barata do que a de americanos ou outros imigrantes.
O foco central da série está em torno do personagem Ah Sahm, interpretado pelo ator Andrew Koji, um imigrante chinês que chega nos EUA e que acaba se envolvendo com a famosa Guerra de Tong da Chinatown, devido a sua grande habilidade marcial. Sim, as Guerras de Tong, ou melhor a rivalidade entre as gangues chinesas de Chinatown são bem reais e bem violentas. Quem tiver mais interesse sobre as Guerras de Tong, a Vice fez um artigo muito interessante que você encontra aqui.
Como eu falei, as Guerras de Tong foram bem violentas e a série passa muito isso. As lutas são muito bem feitas, e tem muito sangue nos 10 episódios dessa temporada.
Mas o que me fascinou mais na série é que eu consegui ver muito o Bruce Lee. Eu, que particularmente gosto muito do Bruce Lee, consegui enxergar ele na série inteira, e também grandes referências de seus próprios filmes.
Primeiro, a série tem um ar meio “western”ou, no português mais claro, um ambiente mais “velho-oeste”, isso me remeteu muito na época que Bruce Lee escreveu essa série, onde os filmes de cowboys estavam muito em alta, fora que a própria série “Kung Fu”, que o Bruce Lee tentou entrar como personagem principal tinha também essa história de kung fu misturado com o Western. Mas não posso afirmar que isso foi escrito antes ou depois da série Kung Fu, as vezes pode ter sido só uma coincidência.
Outra referência que eu já peguei de cara na primeira cena da série foi quando o Ah Sahm desembarca nos EUA. A sua postura e a roupa é igual de Bruce Lee no filme “The Big Boss” (O Dragão Chinês – 1971). O estilo de luta é igual do Bruce Lee, e dá até gosto de ver.
Agora um pequeno spoiler, o personagem Ah Sahm se envolve com uma garota loira americana, e existe a questão de um chinês estar namorando uma americana. Vi muito o relacionamento do Bruce Lee com a Linda Lee.
Na série também tem muito a questão da prostituição e do tráfico de drogas, temas muito presentes nos filmes de Bruce Lee, mas me remeteu em particular o filme “Enter the Dragon” (Operação Dragão – 1973). Talvez o próprio Bruce Lee tirou suas inspirações das histórias de seus filmes na própria Chinatown de São Francisco com as Guerras de Tong.
Em resumo, a série me deu um pouco de nostalgia, talvez de sentir o trabalho do Bruce Lee como se ele ainda estivesse vivo. Acho que deu para perceber como eu sou fã, ou pelo menos gosto muito do trabalho dele, mas fora isso, vale muito a pena assistir a série porque a própria história te prende pelas guerras das Tong, que eu nem detalhei muito para não dar muitos spoilers já que tem muitas reviravoltas, e também pelas cenas de ação, não tem como não gostar. A série teve um bom desfecho e deixou aquela vontade de ver uma segunda temporada.
Assista o trailer: