Estreou a série dia 1 de Janeiro de 2021 e em um dia eu já “maratonei” ela inteira. Sou um pouco suspeita para falar, porque eu realmente amo essa série, uma vez que os criadores tiveram a capacidade de trazer a tona um filme de sucesso dos anos 80, que em princípio você não via mais nenhum tipo de continuação, e transformar essa história em uma série.
A primeira e a segunda temporada foram ótimas, eu realmente fiquei presa na trama, porque ela te mostra dois lados da história, é difícil de dizer quem é o mocinho e o vilão entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), e a série termina com uma luta de tirar o fôlego no colégio de Samantha (Mary Mouser) e Miguel (Xolo Maridueña).
Então, tivemos uma janela de 1 ano e meio, mais ou menos, na expectativa de uma terceira temporada, em um cenário que você quer buscar respostas do que vai ser de Miguel, o que vai ser do Cobra Kai no comando de Kreese (Martin Kove). Confesso que minha expectativa estava bem alta, uma vez que a série me segurou tão bem em duas temporadas, e aumentou ainda mais quando já confirmaram uma 4ª Temporada.
Pois bem, assisti a última temporada e digo, sem sombra de dúvida, que mais uma vez eles acertaram. Conseguiram me prender de uma forma que não tinha como não ver um atrás do outro, o rumo que eles tomaram pra série achei sensacional e termina com aquele “gostinho de quero mais”. (Ainda bem que já foi confirmada mais uma temporada!)
(Alerta de SPOILER: se você ainda não viu a série recomendo parar por aqui)
Mas vamos para o que interessa, o que a série traz de tão bom?
O grande lance dessa temporada que ela é um pouco mais densa que as demais, ela vai um pouco mais a fundo nos personagens e suas relações. É certo que essa temporada foca muito na origem de John Kreese, uma vez que já conhecemos a vida de Daniel, pelos filmes, e de Lawrence que foi muito trabalhada nas temporadas anteriores. Essa temporada reforça cada vez mais esse perfil meio psicopata, ou louco, de Kreese, que consegue manipular e recrutar mais jovens para o seu Dojô.
Daniel e Johnny, por sua vez, acabam levando as consequências da luta na escola. Johnny carrega uma culpa pelo estado de saúde de Miguel, e entra em um processo para ajudá-lo a andar, o que o afasta ainda mais de seu filho Robby (Tanner Buchanan), e se encontra sem um Dojô e sem alunos.
Por outro lado, Daniel entra em uma das suas piores fases da vida, os negócios vão mal, devido a um boicote dos consumidores que o culpam pelo ocorrido na escola, e ainda está em busca de Robby com intuito de ajudá-lo, uma vez que ele se torna procurado da justiça, sem contar que todos na escola o culpam também pelo ocorrido.
Então vem um dos pontos mais fortes da temporada, a ida de Daniel para o Japão para tentar levantar seu negócio, mas é claro que ele aproveita para ir a Okinawa em busca de respostas para sua vida turbulenta. Lá ele encontra duas pessoas que o ajudaram nesse processo: Kumiko e Chozen, sendo a namorada e o grande rival de Daniel, respectivamente, no filme Karatê Kid 2. A série traz os mesmos atores para o papel fazendo essa grande surpresa para esquentar nossos corações com nostalgia.
Outra personagem que ganha muito destaque é a Samantha, filha de Daniel, que fica com o emocional muito abalado após a luta no colégio, e também acaba carregando uma certa culpa pelo que aconteceu tanto com Miguel quanto com o Robby. Esse processo emocional da Samantha teve um espaço considerável e importante na trama. O Robby, por sua vez, foi para um reformatório e aconteceu o que era um pouco previsível, ele foi para o lado de John Kreese. Esse processo do Robby me lembra um pouco o processo de Daniel no terceiro filme que ele vai para o Cobra Kai. Será que é isso que devemos esperar para a próxima temporada?
Uma personagem que também teve destaque foi a Tory (Peyton List), teve uma breve abordagem de sua história nessa temporada, e ela se revela como uma verdadeira líder dos Cobra Kai, tanto que Kreese vê um grande potencial nela e até a ajuda em questões pessoais para que ela siga com os treinos.
O segundo ponto mais alto, para mim, foi a Ali (Elisabeth Shue). Sim!!! Para quem estava especulando a sua volta, ela foi confirmada na terceira temporada. Apesar de muito nostálgico vê-la novamente na série, acredito que foi uma aparição breve, não acho que ela retorne na quarta temporada. Ela veio em um momento importante da trama que é curar as feridas do passado tanto de Daniel quando de Johnny, e isso deu uma abertura muito grande para o ponto mais importante da série, a união de Daniel e Johnny contra Kreese no torneio Regional.
Desde a ultima temporada eu enxergava Daniel e Johnny como o equilíbrio, e pensei nessa possibilidade deles se juntarem contra o Kreese, e foi o que exatamente aconteceu. Agora fica a pergunta para a quarta temporada, como vai ser essa união de Daniel e Johnny? E o Robby será que ele vai se arrepender antes do torneio, ou vamos ver vê-lo competindo como Cobra Kai?
Falei tanto da trama, mas e as lutas? Bom sobre as lutas, já vi melhores em outras séries, mas sinceramente, isso não me incomoda, uma vez que a série em si me chama muito mais atenção. Essa temporada achei que tem menos treinamento, na verdade, não tem cena nenhuma de treinamento, e de lutas, bem pouco. Mas a série se mostrou tão densa nas relações entre os personagens, que o Karatê em si ficou bem em segundo plano.
No geral, Cobra Kai vem pra mostrar que a série não sobrevive só de karatê, que dá pra explorar os personagens com uma temporada mais densa, sem perder o nível que vem mostrando desde a primeira temporada. Para mim sem dúvidas, é a melhor temporada.