Acho que eu cheguei bem atrasada para escrever essa crítica da temporada certo? Mas como perdi o timing de fazer esse post, acho que eu achei uma nova oportunidade de escrever, ainda mais com a chegada da 5ª temporada na Netflix dia 9 de setembro.
O que eu vou fazer é um comentário dessa temporada, que pode conter alguns spoilers, e também vai ser um jeito de recapitular o que assistimos e estarmos mais preparados para a nova temporada.
Bom acho que a maior expectativa dessa temporada foi a união de forças dos protagonistas da série, Johnny (William Zabka) e Daniel(Ralph Macchio). E claro que o “grande fio” dessa temporada foi a relação dos dois. Na verdade, eu considero essa temporada mais densa, muito focada nas questões e relações dos personagens.
Voltamos aos protagonistas. Quem achou que ia ser fácil a relação dos dois, se enganou. Era muito nítido que não ia ser fácil. Logo no primeiro episódio vemos que o estilo dos dois é muito diferente e os alunos ficam bem confusos no que eles devem fazer. É legal que ao longo da temporada eles conseguem achar um caminho interessante de ambos experimentarem o estilo do outro como uma forma de entendimento, e assim eles fizeram com os próprios alunos. Quem era do miyagi-do foi treinar com o Johnny e vice e versa. Mas nesse ponto começa a se desenhar um ruptura entre os personagens e uma grande evolução de alguns deles.
Nessa troca de alunos Daniel se aproxima muito do Miguel(Xolo Maridueña), que é considerado um filho para o Johnny, e ao mesmo tempo a Sam (Mary Mouser) vê no Johnny um ponto de vista totalmente diferente do seu pai, que sempre foi o seu conselheiro. Nessa hora ja se desenvolve um ciúme de ambos e acabam rompendo essa união e cada um continua com seus alunos.
Sam e Miguel voltam a namorar e também tem suas crises na temporada. Sam ainda está muito perturbada pelos acontecimentos com Tory (Peyton List) nas duas ultimas temporadas e com sentimento de vingança. Isso acaba atrapalhando um pouco a relação dos dois personagens. Essa situação com a Tory também influencia muito na relação de Sam com seus pais, sentindo cada vez mais a necessidade de se impor e sair um pouco da proteção deles e a relação dela com Johnny contribui muito com isso. Em contra partida Johnny e Miguel tem a relação bem abalada ao longo da série pela aproximação de Daniel e Miguel. Assim como Sam, Miguel vê um novo ponto de vista, que ele não precisa ser um “bad-ass” e que existe um equilíbrio nas coisas. E Daniel entra como papel paternal que Miguel não teve, que Johnny estava tentando construir, uma vez que ele não teve o mesmo êxito com o seu filho Robby (Tanner Buchanan).
Robby se volta contra todos principalmente com Sam que decidiu viver o seu amor por Miguel. Então acaba se rendendo ao Cobra Kai, por achar que está no seu próprio caminho. John Kreese (Martin Kove) e Tory foram muito importantes nessa influência. Robby teve um papel muito importante em dois arcos da série: ensinar o Miyagi-Do para o Cobra Kai, mostrando todas as fragilidades do estilo aos adversários, assim como ele foi uma especie de tutor para um personagem importante, o Kenny, com uma temática muito atual que é o Bullying.
Kenny (Dallas Dupree Young) é um garoto nerd, que na verdade tenta conquistar seu espaço em todos os núcleos da série. Ele sofre Bullying na escola, sendo atacado pelo filho de Daniel-san, o Anthony (Griffin Santopietro), que só quer provar que ele é o valente para os seus amigos. E é muito interessante o filho de um dos personagens que sofreu bullying e que é totalmente contra ser o “valentão”. Também Kenny sofre quando ele entra no Cobra Kai, quando os alunos, principalmente os que saíram do Cobra Kai, descobrem que ele entrou na escola adversária. Essa luta por sobreviver em vários grupos cria um personagem totalmente revoltado, que provavelmente vai ser muito importante para a próxima temporada.
Tory também teve seus “perrengues” ao longo da série. Desde a temporada passada vimos que ela tem sérios problemas familiares, a Amanda(Courtney Henggeler), esposa de Daniel, entra como um papel fundamental de trazer um acolhimento para a Tory, mas também com o intuito de acabar com a “guerra” entre Sam e Tory que se intensifica nessa temporada.
Não podemos deixar de mencionar dois personagens que foram esquecidos na terceira temporada e que agora voltaram, talvez para uma breve aparição: Aisha (Nichole Brown) e Arraia (Paul Walter Hauser). Eles que foram tão importantes na segunda temporada, principalmente no incidente da escola, e na terceira eles simplesmente sumiram. Mas nessa temporada eles apareceram, talvez porque os fãs devem ter se perguntado onde eles estavam. Aisha aparece como conselheira dessa nova fase de Sam, e o Arraia, aparece depois de ter sido liberado da condicional após o incidente e também é uma peça fundamental para o desfecho de Kreese nessa temporada.
E por fim, temos sempre a sessão nostalgia com os filmes clássicos de Karatê Kid, e nessa temporada temos o retorno de Terry (Thomas Ian Griffith), o grande vilão do terceiro filme. Para quem não lembra, Terry foi ums dos professores mais loucos de Cobra Kai e foi exatamente ele que treinou o Daniel San. Mas Terry volta nessa temporada outra pessoa. Rico, fora do universo de lutas, e segundo ele fez terapia para superar a má fase, mas John Kreese vai atrás dele para voltar a dar aulas, e consegue despertar o lado ganancioso de Terry. Então ja deu pra perceber qual é o grande conflito de Kreese e Terry né?
Bom acho que falei muito, e também deu pra relembrar bastante da temporada. No geral essa temporada focou bastante no crescimento e amadurecimento dos personagens. Como sempre a luta fica no plano de fundo, mas como disse no crítica da temporada anterior, isso não me incomoda em nada. O que mais tem me prendido na série é como eles conseguem, de forma criativa e muito boa, trazer essa nostalgia dos personagens clássicos e encaixar em um enredo que para mim não é nem um pouco cansativo. Tem muita coisa que dá pra contar e eles estão fazendo isso de uma forma muito criativa dentro do universo do Karatê Kid.